Fonte: Valor Econômico

André Ramalho e Gabriela Ruddy — Do Rio

O desempenho positivo da empresa foi puxado, sobretudo, pelas vendas de gasolina e diesel

O primeiro trimestre da Petrobras sob a gestão de Joaquim Silva e Luna foi marcado pela melhora nas vendas de derivados no mercado interno. Os dados operacionais da companhia divulgados ontem mostram que, em meio a críticas de concorrentes de que a companhia estaria segurando reajustes, a estatal ampliou o seu “market share” na comercialização da gasolina. No caso do diesel, por sua vez, o movimento foi o inverso e a empresa perdeu fatia de mercado.

Ao publicar o relatório de produção e vendas, a petroleira estatal reportou aumento de 5,5% nas vendas de derivados no segundo trimestre, ante os três primeiros meses do ano, para 1,76 milhão de barris/dia. Na comparação anual, houve crescimento de 17,5%.

O desempenho positivo da empresa foi puxado, sobretudo, pelas vendas de gasolina e diesel, os dois principais produtos da carteira da empresa, em meio à flexibilização das medidas de restrição à mobilidade.

No caso do diesel, as vendas atingiram os 815 mil barris/dia no segundo trimestre, aumento de 11,4% sobre os três primeiros meses do ano e de 28,8% na comparação anual.

A petroleira atribuiu o crescimento, em parte, aos efeitos da isenção do PIS/Cofins sobre o produto, concedida pelo governo entre março e abril, e também à redução do teor médio de biodiesel obrigatório no combustível final. A sazonalidade típica do período - as vendas do derivado costumam ser maiores no segundo trimestre, em relação ao primeiro - foi outro fator que contribuiu. A estatal citou, por outro lado, que o aumento das importações por terceiros e a consequente redução da participação da Petrobras no mercado interno atenuaram parcialmente os efeitos positivos.

No caso da gasolina, houve um aumento do consumo do derivado, em relação ao etanol hidratado, além de quedas nas importações e na produção de outras companhias. Com isso, a estatal ampliou a participação de mercado, embora a Petrobras não tenha revelado números de “market share”. As vendas do combustível totalizaram 386 mil barris diários no segundo trimestre, alta de 12,7% sobre o primeiro trimestre e de 36,9% na comparação anual.

Na área de energia, a petroleira também reportou aumento na geração, como reflexo da crise hídrica e da consequente expansão do despacho térmico. As usinas da estatal geraram, em média, 3.297 megawatts médios (MWm) no segundo trimestre, crescimento de 207% na comparação anual. Em relação ao primeiro trimestre do ano, a geração foi 15,1% maior.

A estatal também registrou um aumento nas vendas de energia no mercado livre, que cresceram 82,6% em relação ao segundo trimestre de 2020 e 11% sobre o primeiro trimestre de 2021, para 1.240 MW médios. Segundo a petroleira, o crescimento é fruto da venda adicional de energia no mercado de curto prazo, principalmente em abril e maio.

Com o acionamento mais intenso das termelétricas, a Petrobras aumentou 51,7% as vendas de óleo combustível no segundo trimestre de 2021 em relação a igual período no ano passado. Em média, as vendas chegaram a 55 mil barris por dia entre abril e junho. Ante o primeiro trimestre, porém, houve uma queda de 1,7%. Já as vendas de gás natural totalizaram 82 milhões de metros cúbicos diários (m3 /dia), alta de 1,2% em relação ao primeiro trimestre e de 46,4% na comparação anual.