Startup negocia com postos diesel mais barato para o agro
X7 Bank se aproxima de empresas como Bom Jesus e ajuda a reduzir gastos com combustíveisEstimativas apontam que o comércio de óleo diesel no Brasil gira cerca de R$ 400 bilhões por ano. Com tratores, colheitadeiras, caminhões e caminhonetes, a frota do agronegócio é responsável por parte significativa desse montante.De olho nesse mercado, o X7 Bank, startup com sede em Cuiabá, movimentou de janeiro a agosto R$ 230,1 milhões com o comércio do combustível, 21% mais que em todo o ano passado. A expectativa é encerrar 2023 com R$ 400 milhões.Na prática, a empresa negocia com redes de postos a oferta de diesel com preços mais atraentes para as transportadoras, cobrando uma taxa não superior a 1,55%, menor que a cobrada pelas bandeiras de cartão de crédito. Os valores e postos envolvidos ficam disponíveis na plataforma da startup para os frotistas, que conseguem planejar as rotas dos veículos e os pontos de abastecimento.“Em média, geramos para as transportadoras e donos de frota uma economia mensal de R$ 1,5 mil por caminhão. Para os postos, oferecemos taxas mais competitivas com as operadoras tradicionais de cartão e pagamentos em D+1 [no dia seguinte da compra]”, disse Carlos Eduardo Amaral, sócio e CEO da X7 Bank, ao IM Business.Depois de um ano tentando fazer captações junto a investidores, sem sucesso, a startup tem trabalhado com recursos próprios, securitizado títulos para girar sua operação. Para ganhar escala e chegar a R$ 800 milhões em negócios no ano que vem, os sócios estruturam um Fidc. O fundo deverá começar a operar com R$ 20 milhões em janeiro, e a projeção é chegar a R$ 50 milhões no fim de 2024.“Vamos abrir esse fundo no início do próximo ano, e a participação da X7 Bank será entre 30% e 40% do patrimônio. Estamos com uma taxa de inadimplência de 0,05%, o que nos torna bastante atraentes para o mercado”, afirma Rafael Smozinski, CFO da startup.O Grupo Bom Jesus, dono de cerca de 360 mil hectares de terras agrícolas em Mato Grosso na Bahia, consome anualmente 12 milhões de litros de diesel para abastecer uma frota de 400 caminhões. Desse total, de 10% a 15% vem dos postos parceiros da X7 Bank. O restante é comprado diretamente pela empresa junto a distribuidoras.“Temos um grande poder de compra junto às distribuidoras pelo volume que adquirimos diretamente. Mas para o diesel adquirido em postos de terceiros, temos conseguido descontos que variam de 5 a 8 centavos por litro”, afirma Tony Erick Silva, administrador da Bom Jesus Transportes.No caso da Bom Jesus, a relação com o X7 Bank ocorre também na ponta. O grupo mato-grossense possui uma rede de postos em Rondonópolis onde movimenta anualmente 1,4 milhão de litros de diesel. Segundo Silva, a startup é responsável por originar 4,7% do total, volume que vem crescendo ano a ano.“No posto, a taxa do X7 Bank é duas a três vezes menor que a praticada por algumas bandeiras. Isso nos permite oferecer preços mais atraentes”, explica Silva.Com 110 mil hectares na região oeste de Mato Grosso e em Rondônia, outro grande grupo agrícola, que prefere não se identificar, começou a operar há cerca de um ano com o X7 Bank. Com uma frota de 20 caminhões e 130 veículos leves, a empresa estima uma redução de 30% de gastos com combustíveis.Segundo o responsável pela logística na empresa, o sistema permite o monitoramento mais preciso do consumo individual dos veículos, inclusive com a identificação de desvios de combustível. InfoMoney