Presidente da Federação dos Frentistas pede ação mais rápida em casos de adulteração de combustível
Eusebio Neto, presidente da Federação Nacional dos?Frentistas, alerta para o aumento de denúncias envolvendo adulteração de combustível com metanol, um produto altamente tóxico, que pode provocar graves prejuízos à saúde e até morte. Segundo ele, o problema está disseminado pelo Brasil inteiro, com maior incidência de casos no Rio de Janeiro e em São Paulo (confira os casos mais recentes). “Ainda que pese a atuação dos órgãos fiscalizadores, a coisa tomou uma dimensão muito maior, estamos recebendo denúncias no sindicato. Infelizmente, no setor de postos de combustíveis, temos uma faixa de revendedores oriunda de milícia, de crime organizado. Esse pessoal vem adulterando gasolina há muito tempo e estão habituados com esse tipo de prática criminosa”, lamenta Neto. De acordo com ele, a morosidade da justiça torna a situação ainda mais grave: “Fecham o posto, mas os donos têm direito de defesa, conseguem liminar… A ANP, por isso só, não tem poder de manter o posto fechado. É preciso uma ação mais imediata. A pessoa que pratica isso não é empresário. Como a pessoa vai vender um produto que pode matar…, matar um cliente, matar um trabalhador? A justiça devia ser mais rápida nesse caso”, ressalta.Segundo o presidente do sindicato, o frentista pode inalar o combustível, mesmo que em doses pequenas, e eventualmente o produto adulterado pode entrar em contato com a pele. A orientação é que o funcionário do posto denuncie se desconfiar de irregularidades: “Existem normas para manuseio de combustível ‘legal’, e não adulterado. Então, a orientação é que trabalhador denuncie e até procure outro emprego, para não expor a vida a esse risco”, frisou.Na opinião de Eusébio Neto, a sociedade precisa se unir para combater a ação dos criminosos que adulteram combustíveis: “O posto de combustível é um ambiente para onde converge todo mundo, a pessoa vai abastecer, pedir informação… Orientamos que o trabalhador procure investigar o posto para o qual ele está trabalhando, se é um posto sério… Se tiver dúvida, denuncie para a ANP, fale com o sindicato, para o sindicato defender ele. E temos que falar para o cliente o que está acontecendo. A sociedade tem que ficar atenta e boicotar os postos que adotam essa prática. Desconfie de preços muitos baixos, pois não existe milagre”, completa. ICL