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Posto de combustível no Centro de SP era usado para lavagem de dinheiro da venda de decisões judiciais, aponta investigação

G1 – São Paulo

Procuradoria-Geral da República investiga o desembargador Ivo de Almeida, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e dois advogados por suspeita de negociarem a venda e compra de decisões judiciais. Investigação apontou que posto usado para lavagem fica a 300 metros do gabinete de Ivo.

Um posto de combustível na rua Conselheiro Furtado, bairro Liberdade, Centro de São Paulo, foi usado para lavagem de dinheiro dos valores obtidos nas vendas de decisões judiciais para o desembargador Ivo de Almeida, aponta a investigação da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal.

O desembargador Ivo, dois advogados de Ribeirão Preto, interior paulista, e pelo menos mais quatro pessoas que atuam em diferentes áreas foram alvos de mandados judiciais de busca e apreensão da “Operação Churrascada” na última quinta-feira (20).

De acordo com a investigação, Ivo é suspeito de vender sentenças judiciais em processos sob a sua relatoria e em casos que passavam por seus plantões judiciais. A PGR também apura a suspeita de que ele obrigava funcionários do seu gabinete a darem a ele parte dos salários que recebiam.

Nesta sexta-feira (21), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decretou a prisão preventiva do bacharel em direito Wellington Pires por suposto envolvimento no caso.

Wellington é apontado como a pessoa que prestava serviços informais ao advogado Luiz Pires Moraes Neto, auxiliando-o diretamente nas tratativas com representantes do desembargador Ivo de Almeida para compra das decisões judiciais.

Ao g1, a defesa do magistrado informou que “embora já tenha requerido, ainda não obteve acesso aos autos que supostamente sustentaram as medidas cautelares deferidas pelo STJ”.

“Aguarda-se, assim, a autorização ao total conteúdo das investigações para que a defesa possa se manifestar e, em consequência, reestabelecer no caso a verdade e a justiça”, afirmou o advogado Alamiro Velludo Salvador Netto.

O advogado Luiz Pires Moraes informou ao g1 que irá se manifestar apenas quando tiver acesso aos autos. O g1 também tentou contato com a defesa de Wellington, mas não obteve retorno.

Lavagem de dinheiro em posto

De acordo com a investigação da PGR, o posto de combustível que fica a 300 metros do gabinete de Ivo foi usado para efetuar o pagamento dos valores de propina relacionados à compra de sentenças.

A investigação constatou que o posto recebeu diversas transações bancárias, como o montante de R$ 100 mil no ano de 2017.

Nos dois CNPJs que o comércio teve, os sócios que aparecem são os mesmos apontados como os responsáveis por negociar os valores de propina em nome do desembargador Ivo de Almeida.

A investigação ainda ressalta que os suspeitos usavam o comércio como ponto de encontro pessoal para as negociações.


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