A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (31) um reajuste de R$ 0,22 no preço do diesel, que passará a valer a partir deste sábado, 1º de fevereiro. O aumento representa uma alta de 6,29%, elevando o preço médio do diesel para R$ 3,72 por litro para as distribuidoras.
De acordo com a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel, a participação da estatal no preço final do diesel B vendido nos postos passará a ser R$ 3,20 por litro, um aumento de R$ 0,19 por litro.
Este é o primeiro reajuste no preço do diesel desde outubro de 2023. Segundo a estatal, mesmo com esse aumento, os preços ainda estão abaixo dos praticados em dezembro de 2022, quando o litro era R$ 0,77 mais caro.
Aumento do ICMS também impacta os combustíveis
Além do reajuste da Petrobras, um aumento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, aprovado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), entra em vigor no mesmo dia. As novas alíquotas do ICMS serão:
- Gasolina e etanol: aumento de R$ 0,10 por litro, passando para R$ 1,47;
- Diesel e biodiesel: aumento de R$ 0,06 por litro, passando para R$ 1,12.
Esse reajuste no ICMS foi definido pelos estados no fim de 2024 e justificado como uma necessidade para equilibrar a arrecadação estadual diante das mudanças recentes na tributação de combustíveis.
Defasagem e cenário do mercado
Dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) apontam que, antes do reajuste, a defasagem nos preços dos combustíveis no Brasil era significativa em relação ao mercado internacional:
- Gasolina: defasagem de 7,54%;
- Diesel: defasagem de 15,15%.
Analistas indicam que a defasagem e a alta do dólar vinham pressionando a Petrobras para reajustar os preços, especialmente no caso do diesel, cuja demanda tende a aumentar no mercado internacional durante o inverno no Hemisfério Norte.
Posicionamento do governo
O aumento dos combustíveis foi tema de reuniões entre a Petrobras e o governo federal. Na segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para discutir o tema.
Na quinta-feira (30), Lula negou que tenha autorizado o aumento e ressaltou que a decisão é exclusiva da Petrobras. O presidente também afirmou que os preços dos combustíveis seguem abaixo dos valores praticados no fim de 2022.
A alta no diesel pode gerar insatisfação entre caminhoneiros, que já demonstraram preocupação com o impacto do reajuste no setor de transportes. Líderes da categoria devem se reunir no dia 8 de fevereiro, no Porto de Santos (SP), para discutir o tema.