Frente Parlamentar do Etanol quer fortalecer agenda ambiental no Congresso
Presidido pelo deputado federal Zé Vitor (PL-MG), grupo será focado na valorização do biocombustível na transição para baixo carbonoO etanol pode ganhar protagonismo na agenda energética do Congresso Nacional com o lançamento da Frente Parlamentar do Etanol nesta quarta-feira, 23, em Brasília. Presidida pelo deputado federal Zé Vitor (PL-MG), a Frente envolve mais de uma centena de parlamentares interessados na valorização do biocombustível e sua contribuição para a descarbonização da frota nacional.“Estamos aqui nesta Frente Parlamentar porque senadores e deputados entenderam a importância de trabalharmos não pelo setor, mas pelos benefícios que o setor tem gerado para o Brasil”, afirmou Zé Vitor. “Devemos apoiar todos os elos dessa cadeia vital, fomentando um ambiente propício para a inovação tecnológica e políticas públicas eficazes”, completou.O grupo substitui a antiga Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, liderada pelo deputado federal paulista Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que abriu a cerimônia lembrando a importância do diálogo do Legislativo com o Executivo, órgãos de pesquisa e o setor privado para estimular o setor de biocombustíveis.Segundo os responsáveis, a nova Frente Parlamentar terá como desafio ampliar as vantagens do etanol como fonte de energia limpa e benéfica ao meio ambiente, valorizando um produto nacional que reduz em até 90% as emissões de CO2 em relação à gasolina. Além disso, o setor gera mais de 2,1 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos em toda a cadeia de produção.“O Parlamento brasileiro dá mais uma demonstração de seu compromisso com a agenda ambiental, iniciada em 2017 com o RenovaBio, o maior programa de descarbonização do mundo, que já evitou a emissão de 100 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera”, disse o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi.Ele também destacou o importante passo do Congresso com a aprovação, no ano passado, da Emenda Constitucional 123, que estabelece o diferencial de competitividade para o etanol no capítulo de Meio Ambiente da Constituição.No cenário internacional, Gussi destacou a formação da Aliança Global para os Biocombustíveis, que será lançada em setembro pelo Brasil, Índia e Estados Unidos, na Cúpula do G20. “Uma ideia que nasceu no âmbito do nosso setor no Brasil e foi ampliada para a esfera governamental dos países”, afirmou.Atualmente, o governo federal estuda ampliar a mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%, como parte do programa Combustível do Futuro. “O E30 é uma questão técnica para melhorar a qualidade da gasolina”, disse o secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes.Mendes também destacou a adoção do princípio da neutralidade tecnológica nas rotas tecnológicas para a descarbonização, e reforçou a confiança do governo federal no etanol como aliado na transição energética. “O nosso inimigo é o carbono. Qualquer tecnologia que reduza as emissões de CO2 será levada em consideração”, assegurou Mendes.A cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar do Etanol também contou com a presença do secretário de economia verde, descarbonização e bioindústria do Ministério de Desenvolvimento, Rodrigo Rollemberg; do presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos; além de representantes das embaixadas da Espanha e da China e mais de 50 parlamentares.São apoiadoras da iniciativa a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), a Bioenergia Brasil, a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a União Nordestina dos Plantadores de Cana (Unida) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre outras. NOVA CANA