Preço do diesel caiu, mas tendência para próximos meses é de alta

Preço do diesel caiu, mas tendência para próximos meses é de alta

A alta dos preços ou até mesmo escassez pode acontecer devido à decisão da Rússia em suspender as exportações do dieselNa última semana, os preços do diesel caíram em Minas Gerais. Conforme os dados da  Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no caso do óleo diesel, de 17 a 23 de setembro, a redução foi de 0,66%, enquanto o S10 retraiu 0,16% frente à semana imediatamente anterior. Apesar da queda, a tendência futura para a cotação do combustível é de alta ou até mesmo escassez. Isso devido à decisão da Rússia em suspender as exportações do diesel.De acordo com os dados da ANP, em relação há um mês, os combustíveis ficaram mais caros no Estado. O óleo diesel subiu 1,18%, já o S10 aumentou 1,98%. Na terceira semana de setembro, a cotação do diesel, em média, no Estado, ficou em R$ 5,99 o litro. O S10 foi negociado, em média, a R$ 6,17 o litro. A decisão da Rússia pode impactar o mercado interno nacional. O professor de Logística da Faculdade do Comércio (FAC-SP), Laércio Munhoz, explica que ao longo do primeiro semestre de 2023, a Rússia forneceu 35% de todo o combustível importado pelo Brasil, contra 30,6% dos Estados Unidos.Ainda segundo ele, em junho, a Rússia aumentou a entrega e alcançou 64,1% da importação brasileira, contra apenas 11,4% do combustível americano. Outros países que exportaram óleo diesel para o Brasil em julho foram, Arábia Saudita (14,9%) e Emirados Árabes Unidos (12,4%). “Agora, com essa interrupção de fornecimento por parte da Rússia, fica evidente que não há tempo hábil para repor os estoques comprando dos demais fornecedores. Isso, contando que eles possuam disponibilidade imediata de estoque, o que não nos parece ser provável”.Há risco de desabastecimento e de aumento dos preços do dieselMunhoz explica ainda que devido ao sistema de transporte nacional, em sua maioria feito por rodovias, os impactos da suspensão serão relevantes no País. Há risco de desabastecimento e aumento dos preços. “Um País com dimensões intercontinentais como o nosso, onde a movimentação de mercadorias e pessoas se faz, predominantemente, por via terrestre, teremos em muito pouco tempo paralisações nos transportes, seguidas de falta de mercadorias, tudo isso amparado pelas altas de preço que o governo vem impondo. Caminhamos para um caos econômico, onde nos parece ser prenúncio de suicídio politico para o atual governo”.A disruptura na administração de abastecimento interno do combustível, segundo Munhoz, requer uma responsabilidade e experiência que não se nota nos atuais responsáveis. “Onde está a contingência numa situação em que o principal fornecedor atual é participante de uma guerra, e não coaduna em boas sinergias com o atual governo. Resta-nos prepararmos para falta de produtos de primeira necessidade, elevação substancial de preços destes, pois a economia já nos ensina que o efeito é sempre doloroso e o retorno à normalidade requer tempo, que não temos”, explicou.Setor de transporte de cargasO presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Sérgio Pedrosa, explica que será necessário observar os rumos do mercado para avaliar os impactos que poderão ou não atingir o setor. “A volatilidade do preço do diesel já está acontecendo. Então, mais relacionado à situação seria um risco da falta, mas, como sou da empresa de transporte, não sei dizer se o risco é real ou não. Naturalmente, já estamos vendo no mercado o que as distribuidoras de combustíveis chamam de corte de pedidos. Na prática, o cliente pede um volume, mas a distribuidora entrega menos. Isso ocorre pelo efeito da instabilidade e da insegurança. Na medida em que os agentes da economia – empresas, indústrias e pessoas físicas – têm uma sensação de escassez ou de falta, há uma tendência de aumentar os estoques. Isso vai gerar uma sobredemanda que pode ser uma bolha. ”. Quando a uma possível alta dos preços, Pedrosa explica que o setor está adaptado à volatilidade e trabalha com tabelas que ajustam os valores do frete conforme a variação dos combustíveis. “O mercado vai se ajustando às variações de preços, já faz parte. Inclusive, temos a tabela de preços do frete da ANTT que já tem gatilho. Sempre que há variação, de 5% para mais ou para menos, a própria tabela dá uma referência para o mercado”.   Já o presidente em exercício do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Adalcir Lopes, explica que o setor não deverá ser afetado. “Esta época no Brasil, até dezembro, janeiro, há uma sazonalidade pela entressafra na produção agrícola, chuvas, férias e a demanda pelo diesel cai cerca de 30%. Essa redução, deve permitir que a Petrobras consiga suprir com a própria produção. Pode acontecer do setor passar a crise sem grandes impactos”, explicou.   Diario do Comercio

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