Por que refinarias privadas vendem gasolina a valores quase 12% mais altos do que a Petrobras?
Combustíveis em refinarias privadas estão custando quase 12% a mais do que os preços reajustados da PetrobrasCom os recentes ajustes nos preços dos combustíveis foi possível observar que o litro da gasolina, vendido pelas refinarias privadas, está custando, em média, 11,7% a mais do que o comercializado pela Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo o Observatório Social do Petróleo (OSP), é uma diferença de R$ 0,34.Na semana passada, a empresa elevou os preços da gasolina e do diesel em suas distribuidoras. O litro da gasolina A subiu em R$ 0,41, passando para R$ 2,93 por litro. Enquanto o diesel A, obteve o reajuste de R$ 0,78 por litro, totalizando R$ 3,80 por litro. Em outras palavras, um reajuste de 16,3% e 25,8%, respectivamente.O relatório do OSP aponta que o diesel S-10 também se encontra acima do preço da estatal, com uma média de 9,8%, totalizando cerca de R$ 0,37 a mais por litro.Mas por que o preço das refinarias privadas se encontram acima dos preços da Petrobras?Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), por ser uma estatal, a Petrobras consegue vender combustíveis mais baratos do que as concorrentes privadas, não só considerando a maximização do lucro para definir o seu preço, mas também exercendo grande influência no custo de vida da população.“A gasolina sozinha representa cerca de 5% do IPCA, já o diesel tem um efeito disseminador em quase todos os itens da cesta de bens e serviços calculadas pelo IBGE. Quando temos uma estatal que pode cobrar menos do que a concorrência privada, isso se reflete em índices de preços menores, resguardando o poder de compra da população e até mesmo impedindo a subida dos gastos públicos, que crescem quando o Banco Central aumenta a Selic para combater a inflação”, afirma.Combustíveis: Comparativa sob o reajuste da PetrobrasCom exceção da 3R Petroleum (RRRP3), as refinarias privadas têm promovido aumentos sucessivos dos combustíveis nas últimas seis semanas. A petrolífera reduziu o preço da gasolina na semana retrasada e aumentou na semana passada, dessa forma, alta acumulada foi de 23,2%, totalizando R$ 0,61 por litro.Já a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, detém o maior aumento acumulado da gasolina nas seis semanas seguidas, de 25,6%, o equivalente a R$ 0,66 por litro, afirmou o OSP. Na Ream, o preço foi reajustado em 24,9%, assim elevando o litro em R$ 0,67.Em relação ao diesel S-10, a Ream se sobressaiu no aumento, ficando em 32,9% e R$ 1,06 por litro respectivamente, enquanto o reajuste da Acelen foi de 32,2%, totalizando R$ 0,99 por litro.Comparando o valor da gasolina da Petrobras a R$ 2,93 por litro, é possível notar que o valor é 14,9% menor (R$ 0,44) do que o valor de venda da Ream, que vende a R$ 3,37 o litro. Já comparada a RPCC, que cobra R$ 3,22 por litro, há uma diferença de 9,9% (R$ 0,29), enquanto comprada a Refinaria de Mataripe, que cobra R$ 3,24 o litro, há uma diferença de 10,4% (R$ 0,31).Em relação ao diesel, o valor da Petrobras é de R$ 3,80 por litro, é 12,8% menor (R$ 0,49) do que o valor do litro da Ream, custando R$ 4,29. Já comparada a Mataripe, há uma diferença de 6,8% (R$ 0,26) no valor do litro, que custa R$ 4,06 respectivamente. MONEY TIMES