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Primeiro ônibus movido 100% a biometano é testado em Londrina

Primeiro ônibus movido 100% a biometano é testado em Londrina

Desde a última segunda-feira, dia 12 de junho, os passageiros que utilizam o transporte público de Londrina, cidade localizada no norte do Paraná, mais especificamente os usuários da Linha 501 – Terminal Vivi Xavier-Via Alto do Boa Vista –, puderam embarcar em um ônibus urbano que representa uma iniciativa pioneira no País.Trata-se de um veículo movido 100% a gás biometano, uma fonte de energia renovável, sustentável e limpa. O biometano é obtido da produção do biogás, que, por sua vez, é gerado da decomposição de matéria orgânica de origem vegetal ou animal.Ou seja, esse veículo, ao contrário dos outros 350 ônibus da cidade responsáveis por transportar 45 mil pessoas todos os dias e que usam o diesel como combustível, não emite dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global.Estima-se que o uso do biometano reduza em cerca de 90% a emissão de gases poluentes na atmosfera, quando comparado ao diesel. Os benefícios também estão relacionados à saúde da população, já que a redução de material particulado chega a 85%. Assim, há menor índice de doenças cardiovasculares e perda de produtividade causada por esses poluentes.DESEMPENHO. O passageiro que embarcar no ônibus movido a biometano perceberá grande diferença em relação aos veículos que utilizam diesel. O modelo é silencioso e confortável, sem perder o desempenho em comparação aos movidos a derivados de combustível fóssil.O que se deseja com esse projeto, inédito em termos nacionais, que envolve a Companhia Paranaense de Gás (Compagas), Scania e Prefeitura Municipal de Londrina, é levantar informações precisas sobre a utilização do veículo no transporte público e certificar indicadores de eficiência, em especial em relação às emissões de poluentes. E, com isso, oferecer ao mercado mais uma opção para a descarbonização do sistema.“A ideia é testar, durante 30 dias, o veículo na vida real”, diz Wilson de Jesus, diretor de transportes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), de Londrina. “Vamos avaliar de que forma o ônibus enfrenta diversas características do transporte urbano, como arranque, velocidade, resistência, capacidade, autonomia e tempo de abastecimento”, acrescenta Jesus. Também será analisado o custo da operação. Estima-se que o uso do gás traga redução de 20%, em comparação ao diesel.Após ser testado na Linha 501 até o dia 16 de junho, o ônibus irá operar em outras três linhas da cidade.DEMANDA. De acordo com Rafael Lamastra Jr., CEO da Compagas, a produção de biometano no Brasil ainda é incipiente e, por questão de logística, o veículo, por ora, será abastecido em um posto que recebe o gás proveniente de São Paulo. “Mas tudo indica que, a partir de 2025, com maior demanda, o biometano virá de áreas próximas a Londrina e região.”Essa ação é a terceira realizada pela parceria envolvendo Compagas e Scania. As duas anteriores foram feitas na região metropolitana de Curitiba, e demonstraram a viabilidade da utilização do veículo movido a GNV em linhas complexas e extensas, garantindo autonomia e menor emissão de poluentes.“Temos certeza de que essa ação será um divisor de águas para que outras cidades preocupadas com a redução da emissão de poluentes coloquem em prática frotas mais eficientes e sustentáveis”, comenta Paulo Genezini, gerente de sustentabilidade da Scania Operações Comerciais Brasil.SEGURANÇA TOTAL. O modelo fabricado pela Scania em teste em Londrina é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros.O veículo, equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes, tem propulsor de 280 cavalos de potência. Seu motor é o Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movido 100% a biometano ou gás ou ainda a mistura de ambos. Ele tem oito cilindros de gás na lateral dianteira com autonomia de 300 quilômetros.Em caso de acidente ou explosão, a segurança é total. Cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro. Há três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás, em caso de anomalia em um desses três quesitos. Os cilindros são produzidos com o mesmo material de ogivas de mísseis.Em algum eventual incêndio ou batida, o gás é liberado na atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão – ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel, que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou pode se espalhar ao longo da carroceria. O Estado de São Paulo

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