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Veja como decisão da Petrobras pode afetar os preços dos combustíveis e o seu bolso

Veja como decisão da Petrobras pode afetar os preços dos combustíveis e o seu bolso

A política de preços dos combustíveis da Petrobras passou por mudanças em maio. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, anunciou o fim do PPI (Preços de Paridade de Importação). Ele atrelava os valores nas bombas brasileiras aos praticados no mercado estrangeiro.Porém, a companhia não deu detalhes de como será a nova definição de preços. A empresa se limitou a dizer, no dia do anúncio, que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.Ocorre que um aumento do preço do combustível fóssil está à vista no mercado internacional. Isso porque a Arábia Saudita fará cortes profundos na produção de petróleo a partir de julho, segundo a Reuters.A medida faz parte de um acordo mais amplo de limitação da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O grupo produz cerca de 40% do petróleo bruto do mundo. Assim, esse movimento pressiona as cotações do bem para cima em todo o mundo.Na segunda-feira (5), dia do anúncio, o preço do barril de petróleo subiu no exterior. No índice britânico, alta de R$ 12,79. No indicador americano, a expansão foi de R$ 16,24.Apesar de os índices terem recuperado parcialmente as perdas no dia seguinte (6), o impasse permanece. Isso porque, se os preços nos postos brasileiros ficarem defasados (sem reajustes), é possível que a própria Petrobras arque com o prejuízo.Segundo o último levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio de revenda da gasolina no Brasil é de R$ 5,21. Confira os valores dos demais combustíveis aqui.Para Rodrigo Saraiva, membro do conselho administrativo do Instituto Mises Brasil, a estatal terá “uma série de prejuízos”.“A Petrobras vai ficar mais endividada caso não acompanhe o mercado internacional”, opina ele ao R7.Segundo Saraiva, os danos dessa situação atingiriam “todos os brasileiros”: “Quando a Petrobras dá lucro, nós não somos beneficiados por ela. Quando ela dá prejuízo, nós todos pagamos a conta, como pagamos fortemente durante o governo Dilma”.Em 2015, a companhia teve o maior rombo anual até então. O prejuízo foi de R$ 34,8 bilhões. Ainda, o saldo negativo foi de R$ 21,6 bilhões no ano anterior.Não é o que diz, porém, Felipe Coutinho, engenheiro químico e vice-presidente da Aepet.“A Petrobras pode praticar preços menores que os paritários de importação (PPI) e se manter lucrativa e altamente rentável. Seus custos são muito menores que os preços paritários de importação. A estatal pode abastecer todo o mercado brasileiro com preços justos e competitivos, muito menores que o PPI, sendo altamente lucrativa”, afirma ele.À reportagem, a petrolífera afirmou que não “antecipa decisões” sobre eventuais reajustes “por questões concorrenciais”. Leia a íntegra do posicionamento da empresa:“A partir da aprovação da estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, a Petrobras passou a ter mais flexibilidade para praticar preços competitivos, valendo-se de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado.Por questões concorrenciais, a Petrobras não antecipa suas decisões sobre manutenção ou reajustes de preços”.O que era o PPIO PPI era a política que atrelava os preços dos combustíveis repassados pela Petrobras à cotação desses produtos no mercado internacional.Ou seja, se o óleo encarece ou o dólar (a principal moeda no exterior) se valoriza em relação ao real, a estatal dava a ordem, em forma de reajuste, para que fique mais caro encher o tanque no Brasil.Ela foi implementada em 2016 pelo então presidente da companhia, Pedro Parente. Ele foi indicado ao cargo pelo chefe do Executivo da época, Michel Temer.O PPI era criticado por economistas e políticos mais à esquerda. Felipe Coutinho, por exemplo, assim classifica a ferramenta:“Inédita, arbitrária e lesiva ao interesse nacional, desde sua criação. O anúncio do fim dessa política de preços precisa corresponder à prática para ter nosso reconhecimento”.Já figuras à direita elogiavam a medida. Para elas, o PPI era o que impedia a Petrobras de arcar com o prejuízo na venda dos combustíveis.“Ou nós pagamos o preço da gasolina, ou nós vamos pagar para resolver a dívida da Petrobras, assim como fizemos no passado”, avalia Rodrigo Saraiva.  R7 .COM

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