Vendas de etanol no país caem e atingem seu menor patamar desde o início da pandemia

11/11/2021
Fonte: Valor Econômico
Camila Souza Ramos — De São Paulo
Em outubro, comercialização somou 2,14 bilhões de litros em outubro, segundo a Unica
As vendas de etanol anidro e hidratado feitas pelas usinas do Centro-Sul para dentro e fora do país totalizaram 2,14 bilhões de litros em outubro, o menor volume desde abril de 2020, quando o mercado foi fortemente abalado pelo início da pandemia, segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). A comercialização no mês passado caiu 29,8% em relação a outubro de 2020 e 13% em comparação com setembro deste ano.
A queda é maior no etanol hidratado, que abastece diretamente os tanques. Apesar das sucessivas altas da gasolina, ela ainda está mais competitiva que o biocombustível, que sofre com a quebra de safra de cana no Centro-Sul.
No mês, as vendas do produto feitas pelas usinas somaram 1,231 bilhão de litros, um declínio de 34,9% na comparação anual e de 6,3% em relação a setembro.
Em outubro, o etanol hidratado foi vendido nos postos do Estado de São Paulo, que responde por metade do consumo nacional, por 77% a 79% do valor da gasolina - bem acima dos 70% de equivalência para a média da frota flex. Na última semana, o litro do renovável atingiu o recorde de R$ 4,876 no Estado, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Mato Grosso, onde a produção do milho vem reforçando a oferta, tem o etanol mais próximo da paridade. Em outubro, os preços no Estado foram de 73% a 75% do valor da gasolina, mas chegaram a R$ 4,958 o litro na última semana.
Já as vendas de etanol anidro (aditivo à gasolina) subiram em relação a 2020 no Centro-Sul, mas caíram na comparação mensal. Foram vendidos 842,7 milhões de litros, 5,3% acima das vendas de outubro de 2020, porém 11,9% menores que as de setembro.
Segundo Martinho Ono, diretor da SCA Trading, a queda mensal reflete a interrupção da vendas do Centro-Sul para Nordeste e Norte, onde as usinas, em início de safra, têm capacidade de abastecer os mercados locais por enquanto.
“A safra do Nordeste está indo bem e com mix bastante voltado para o anidro”, observou. Entre o início da safra nordestina e o fim de outubro, a moagem de cana cresceu 1% em relação ao mesmo período de 2020, a 24 milhões de toneladas, e a produção de etanol aumentou 10%, a 533 milhões de litros, informou ontem a Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). Renato Cunha, presidente da associação, ressaltou ainda que os estoques locais estão 33,5% maiores.
Além disso, há uma oferta adicional de etanol de milho que também deve apoiar a oferta da região, ressaltou. Por isso, o diretor da SCA Trading acredita que as vendas de anidro do Centro-Sul deverão continuar em torno dos 800 milhões de litros mensais até fevereiro.
Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, “os níveis de estoque e produção [de etanol anidro] oferecem garantia ao abastecimento mesmo nos meses em que não ocorrerá processamento de cana”. O setor calcula que as importações de etanol anidro para o Nordeste durante a entressafra do Centro-Sul deverão ficar perto de 600 milhões de litros.
 

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